Factores como a poluição, o tabagismo, os alimentos fritos ou
grelhados ou simples exposição solar (enfim tudo aquilo a que
estamos sujeitos no nosso dia-a-dia!), permitem os radicais livres exercerem uma acção
nefasta sobre as nossas células.
Os Radicais livres podem mesmo degenerá-las e potenciar o
aparecimento de doenças como cancro, lesões nas artérias ou envelhecimento
celular, nomeadamente ao nível da pele que é o orgão mais directamente
exposto às agressões externas e, portanto, cuja deterioração é mais rápida
e visível. Como refere Miguel Trincheiras, dermatologista, os radicais
livres «são moléculas muito instáveis que reagem rapidamente com outras
moléculas, deteriorando-as e induzindo erros de replicação celular, sendo
apontadas como factores muito importantes para o envelhecimento do organismo».
A boa notícia é que a sua acção pode ser inibida exactamente
com a ajuda dos antioxidantes, grupo no qual se inclui a vitamina A, E, C,
assim como «o selénio, o cobre, o zinco e os polifenóis. A coenzima Q10 é
também um antioxidante potente e promissor, mas sobre o qual há ainda
pouca prática clínica.
Muitos destes elementos são estudados no campo
da luta anti-cancro, pois parecem ajudar as células imunocompetentes a
controlar o crescimento das células tumorais», acrescenta o dermatologista
para quem o consumo dos nutrientes anti-radicais livres «deve ser
privilegiado desde uma idade muito jovem, como forma de prevenção, até
porque esses antioxidantes previnem a oxidação de determinadas moléculas,
mas não regeneram as que entretanto já se foram deteriorando».
Doses aconselhadas
Segundo Miguel Trincheiras, «todas estas moléculas estão em estudo,
há evidência clínica e laboratorial que são importantes na prevenção do
stress oxidativo, mas não existem dados concretos sobre as doses realmente
necessárias».
«Sabe-se que todos estes elementos são saudáveis e
protectores, devendo ser consumidos em abundância durante toda a vida
e não apenas por ciclos», acrescenta ainda.
Quando ingeridas em excesso, as vitaminas lipossolúveis (vitamina A, K,
D, E) podem tornar-se tóxicas. O mesmo não acontece com as vitaminas
hidrossolúveis.
Onde as encontra
– Fígado, ovos, frutos, vegetais verdes e amarelos, lacticínios, óleo de fígado
de peixe, gérmen de trigo, óleos vegetais, citrinos e batatas.
– Excelente fonte de
betacaroteno, vitamina C
e E, a manga ajuda a combater
os radicais livres e reforça a
acção dos nossos anticorpos.
– O tomate, quando cozinhado,
oferece licopeno, um
carotenóide que ajuda
a prevenir o cancro,
particularmente o da próstata.
– O kiwi contém mais vitamina
C do que a laranja! Oferece
vitamina E, cálcio e magnésio.
Se sofre de prisão de ventre,
experimente consumi-lo
regularmente ao pequeno-almoço.
– Beba chá verde e inclua salsa nos seus cozinhados. Ambos são ricos
em polifenóis, substâncias antioxidantes.
Texto: Nazaré Tocha com Miguel Trincheiras (dermatologista) retirado de www.sapo.pt