O Vitamina-te foi criado para pessoas reais que procuram resultados extraordinários. «Na Primeira Pessoa» é a uma rubrica de testemunhos. Hoje temos o segundo artigo do judoca Célio Dias.
A nossa aprendizagem é sobretudo experimental, quer isto dizer que a maioria do conhecimento que adquirimos advém das experiências que vamos vivenciado ao longo da nossa vida. Destas vivências, resultam uma espécie de “lembretes” que nos permitem de uma forma fácil associar um dado evento a sensações. António Damásio, famoso neurocientista português, designa estas associações mentais por “marcadores somáticos”. Estes marcadores permitem-nos decidir num curto espaço de tempo, constituindo um mecanismo de sobrevivência que permitiu os nossos antepassados evoluir ao longo dos tempos.A esta altura estariam a perguntar-se porque motivo estarei a falar de assuntos relacionados com a psicologia/neurologia quando o blog se trata de nutrição. Têm toda a razão! Mas foi importante este breve esclarecimento inicial para compreenderem melhor o que me fez alterar a minha alimentação. Para isso temos que recusar a Setembro de 2013, num daqueles que foi um dos momentos mais marcantes na minha vida.Como já referi no artigo anterior, sou judoca e em Setembro de 2013 iria disputar os Campeonatos da Europa de Juniores. Tinha-me preparado para esta competição durante todo o ano; estive a treinar três semanas no Japão e fiz um Campeonato do Mundo de Seniores como preparação e terminei na 7º posição (numa lista de mais de setenta judocas). Com esta última informação deverão estar a pensar que o Campeonato da Europa de Juniores foi uma brincadeira para mim (devo dizer que não o foi!). No dia da minha competição sentia-me no melhor das minhas capacidades físicas e mentais, era um dos principais candidatos ao título. No entanto, numa fase precoce da competição comecei a ter espasmos musculares e o meu ombro direito saiu do lugar. Consegui realizar mais três combates nestas condições, perdi na meia-final e no combate da atribuição do bronze o meu corpo simplesmente teve um bloqueio geral que me impediu de lutar nas melhores condições; perdi esse combate. Os instantes seguintes foram completamente traumáticos, só me questionava sobre qual teria sido o meu erro, onde teria sido a minha falha…Ao longo dos anos, melhorei a minha condição física, os meus métodos de treino, mas nunca (inexplicavelmente) tinha alterado os meus hábitos alimentares. Não posso dizer que me alimentava de forma incorreta, mas não era de todo a forma ideal para um corpo sujeito à carga brutal de esforços e intensidade como é o meu. Várias vezes me tinham aconselhado para ter uma alimentação de acordo com a minha vida desportiva. Não dava muita importância, até me acontecer esteve evento que desenvolveu um “marcador somático” que me fez associar a minha “má alimentação” ao mau resultado no Campeonato da Europa, fazendo assim com que alterasse a minha dieta alimentar. Já vos aconteceu algo parecido? Independentemente da resposta, não ficam à espera que casos traumáticos como o meu tenham lugar para que começem a comer de modo saudável! Que alteração alimentar fiz eu então? Bom, para já tudo o que vos posso dizer é que não como alimentos com glúten e não bebo leite com lactose. No próximo artigo explicarei o motivo destas alterações.Cuidem do vosso corpo, comam alimentos que cuidem de vocês!
Para quem não leu o primeiro artigo, está aqui!