A Saúde começa na Despensa e não na Farmácia!
Esta semana numa consulta médica pouco convencional tive um A-HA moment… ou vários, que me levaram a iniciar um ciclo de partilhas sobre saúde preventiva e hábitos. Algumas conclusões a que cheguei nestes últimos anos:
- A primeira é que o médico não é responsável pela nossa saúde, mas sim pela nossa doença, tal como a nutricionista e o PT não são responsáveis pela nossa forma física, pois só nós passamos 24h connosco mesmos!
- Eu não sou médica nem especialista em saúde, mas sou especialista na minha saúde;
- Entre a fase de sermos saudáveis ou termos uma doença, há diversos sintomas que são alarmes que o nosso corpo dá que na maioria das vezes ignoramos; a eliminação desses sintomas e prevenção das doenças não se dá na farmácia mas sim com uma correcta nutrição do nosso corpo – alimentação e suplementação orgânica.
Mas nem sempre vi as coisas assim. Nasci com asma e alergias “crónicas”… segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, crónica significa na medicina “a doença permanente no indivíduo”…
Para mim é aquela palavra que hoje em dia interpreto como “não sei como curar isso então tens de tomar “x” até ao resto da tua vida”. Cresci então com a crença que iria tomar cortisona, bombas e anti-histamínicos até ao resto da vida e como durante anos não pensava sequer nas consequências disso, segui sem pôr em causa.
Na minha infância e adolescência, muitas foram as visitas regulares ao médico por causa de crises de asma e quando comecei a trabalhar, com os devidos cuidados (“apenas”: lavar todas as roupas sem usar antes na mudança da estação, não estar presente a limpar o pó, não dormir em hotéis e sítios com pó e carpetes, evitar o contato com animais domésticos nomeadamente gatos, não correr ou fazer desportos ao ar livre exigentes à respiração na altura do Inverno e andar com todas as bombas de prevenção e SOS para todo o lado) a asma foi estando controlada.
Durante anos não pus os pés num médico e apenas lá voltei numa super mega alteração hormonal, decorrente de uma endometriose escondida pela toma da pílula, que só na consulta desta semana tive consciência e entendimento sobre isso, mas que me levou há 10 anos atrás a engordar mais de 10kgs em 3 meses e ficar com uma crise fortíssima de acne tardio… lá voltei ao médico, fiz muitos exames que nada acusaram, mas para tratar o acne lá foi mais uma mudança de pílula, um antibiótico fortíssimo e siga… na minha cabeça, se o médico dizia, pois ele lá devia saber…adivinhem lá o resultado, uma gastrite crónica e mais um medicamento para a vida – o belo do Omeprazol. Ainda assim continuei uns anos sem pôr nada em causa ou recorrer a médicos menos convencionais e que adicionam também às suas praticas um conhecimento mais holístico de como o ser humano funciona.
Aos 30 anos eu já estava encharcada de “coisas crónicas”, eu que sempre me considerei saudável, amante de desporto e com muito pouca vontade para andar preocupada sempre que viajava ou ia de ferias, se não tinha a medicação ou se as condições dos espaços e de alimentação reuniam o suficiente para eu não ter as chamadas “crises”… o que faz a falta de informação, de consciência e de tempo para realmente parar o piloto automático em que andava e dizer… chega, isto não faz sentido nenhum!
Em 2014 comecei a fazer muitas mudanças de hábitos a vários níveis – profissional, emocional, físico e de alimentação e, sem ter a noção, segundo a Soraia, a médica que visitei esta semana, foi a melhor coisa que podia ter feito para evitar mais uma medicação crónica e cirurgias, para uma das doenças mais silenciosas que afecta 1 em cada 10 mulheres – a endometriose. No dia em que confirmo que a tenho (andei a evitar ir a médicos depois de ter havido suspeita há cerca de 6 anos e ter pessoas perto que vi a serem operadas e passarem por processos da medicina convencional que eu não estava interessada em passar, até porque de nada resolveu) é também o dia em que entendo que todos as alterações de consumo que fiz nos últimos 5 anos se tornaram no meu maior aliado para atenuar significativamente e quase calar os sintomas – as terríveis dores menstruais que literalmente incapacitam temporariamente de qualquer coisa, entre muitos outros sintomas que difere de mulher para mulher e que nada têm a ver com uma simples dor ou indisposição.
Entre estas alterações de hábitos estão:
– Mudança de alimentação (evito lacticínios, glúten, açucares, leguminosas, carnes especialmente vermelhas, mas agora com acompanhamento da Nutri vamos testar melhor como reduzir a inflamação que alguns alimentos ainda me provocam para reduzir os sintomas ainda existentes, conforme alinhado com a Dra. Soraia – a endometriose é uma doença que provoca extrema inflamação – sigam a Catarina, da página “o meu útero” que está a fazer um trabalho extraordinário, com muito boa informação);
– Treino regular – já o fazia, é uma paixão minha, mas ajustei algumas coisas para poder treinar mesmo na altura da ovulação e da menstruação, para conseguir treinar: percebi agora na consulta e com as informações que tenho visto que é fundamental para contrariar a inflamação provocada pelo corpo;
– Mudança na forma de cozinhar – utilizo um sistema de cozinha que se chama icook, que retém os micronutrientes dos alimentos; de que adianta ir comprar biológico se depois desperdiçamos tudo a cozinhar e mandar fora?
– Inclusão de suplementação orgânica (tomo Nutrilite, proveniente de quintas orgânicas certificadas) e retirei toda a medicação que tomava para as doenças “crónicas” – asma e gastrite, bem como suplementação para suprimir as carências nutricionais que os alimentos hoje, por mais bio e orgânicos que sejam não conseguem suprir, quer por factores ambientais e desgaste dos solos, quer pelas necessidades maiores decorrentes do stress (informem-se, há tanta informação científica, como é possível as pessoas terem mais medo de suplementação de qualidade que de medicação…);
– Eliminação de todos os produtos que vêm em embalagens de plástico com BPAs, que é um disruptor endócrino presente na maioria das embalagens de detergentes, champôs, cremes rosto e corpo, pastas dentes, maquilhagem, garrafas e garrafões de água, enfim, quase tudo que usamos no dia a dia. Desde há quase 6 anos que só consumo bens em embalagens plástico recicláveis e sem BPAs, por uma maior consciência ambiental e por ouvir que era uma questão de saúde embora desconhecesse o impacto tão grande quando tomei essa decisão.
Hoje faço uma vida normal, tenho cães que são uma das minhas grandes paixões, não tomo nenhuma medicação para a asma ou gastrite e reduzi significativamente os sintomas da endometriose, sendo que ainda necessito tomar analgésicos para as dores durante 1 dia/ 1,5 dias. Nos próximos 6 meses estarei a afinar a alimentação e suplemnetação de acordo com o que a Dra. Soraia sugeriu, mas o objetivo é deixar de tomar na totalidade, pois em nada é positivo ou neutro o “simples brufen ou semelhante” como muitas pessoas pensam e não dão relevância.
A partir de hoje, faço minha a missão de partilhar mais sobre o que vou aprendendo, a informação boa que vou lendo, os resultados que vou tendo e os profissionais que me acompanham e que realmente sinto que estão nesta mesma missão – mudar a despensa e os hábitos, antes de nos rendermos à farmácia!
A Endometriose e muitas outras doenças não se curam mas podemos reduzir em muito os sintomas se formos mais conscientes e começarmos pela base.
Não te rendas às “crónicas” da vida, não sejas o melhor cliente da farmácia, pois quando o caminho começa aí tende a não parar mais.
Testemunho de Andreia Pereira
One thought on “Na Primeira Pessoa: a melhoria de Doenças Crónicas e Endometriose começa na Despensa”
Muito bom. obrigado.