O que está a envelhecer a mulher moderna?
por Francisca Guimarães, www.misskale.pt
Diariamente recebo mensagens novas de mulheres que me contactam pedindo que as ajude. As queixas mais comuns são: cansaço, excesso de peso, celulite, acne, envelhecimento precoce, prisão de ventre e outros problemas digestivos.
Nós sabemos quando algo não está bem no nosso corpo.
Podemos escolher ignorar os seus sinais durante uns tempos mas, a qualquer momento, a bandeira vermelha será içada e aí não haverá maneira de a camuflar. Sempre que o corpo se queixa é porque algo não o está a deixar feliz. Poderá ser a alimentação que estás a ter, mas também poderá ser o trabalho que já não te motiva, ou o ritmo demasiado acelerado que marca a tua rotina, ou talvez uma relação que já não te apaixona. Qualquer que seja a causa – e só tu é que a conseguirás identificar – o teu corpo irá sentir esse desconforto e irá manifestá-lo, sempre com a intenção de te ajudar a sentires melhor, mais feliz e em harmonia com a vida.
Pára. Fica em silêncio. Escuta o teu corpo…o que é que ele te diz?
Sempre que escuto uma nova mulher queixar-se – do mesmo – só me apetece dizer “basta!”. Basta de vivermos vidas que não são as nossas. Basta de (des)cuidarmos o nosso corpo como se fosse de ferro e de o tomarmos como um bem adquirido – não é! Basta de estarmos em relações que não nos servem. E basta de não sermos honestas connosco mesmas.
Nós merecemos mais. Muito mais! E a transformação começa no momento em que tomarmos consciência do lugar onde nos encontramos e para onde queremos ir.
A minha palestra, na TEDxOporto, irá abordar esta questão. E porque quero muito, muito, muito mostrar-te um pouco da mensagem que vou partilhar, aqui fica uma espécie de sinopse da apresentação.
O que está a envelhecer a mulher moderna
O nosso corpo começa a envelhecer desde o dia em que nascemos. Toda a gente sabe que qualquer ser vivo nasce, cresce e morre. É um fenómeno natural que faz parte da nossa condição de ser humano. O que muita gente desconhece é que desde o momento do nascimento até ao momento em que morre, o corpo foi desenhado para ser jovem, saudável e enérgico.
As mulheres da nossa era estão a enfrentar um problema que não as deixa em paz: o envelhecimento precoce. A frustração que surge quando, ainda tão jovens, olham ao espelho e reparam no aparecimento das primeiras rugas; os primeiros cabelos brancos; o corpo que cada vez está mais flácido; a pele que se encontra seca e sem brilho; o cabelo baço e fino; o cansaço que é constante; a falta de energia que as impede de experienciar a vida de uma maneira intensa, apaixonada e única.
A realidade é que a mulher moderna está a viver uma vida que está totalmente desalinhada com a sua natureza feminina. Respiram sofregamente uma rotina frenética e extremamente exigente, inserida num mundo em que a beleza e a perfeição corporal ditam as regras. E por mais que a tão desejada beleza e juventude sejam um direito de nascença, esta mulher não se está a dar conta de que os fatores que a estão a levar ao envelhecimento precoce são precisamente aqueles que ela mais pratica no seu dia-a-dia.
A vontade de recuperar a juventude – que descreveu uma era nostálgica – leva a mulher de hoje a recorrer a procedimentos invasivos, dispendiosos e traumáticos. E, sim, estes podem oferecer-lhe uma pele lisa e um corpo mais tonificado, mas jamais lhe darão a frescura, harmonia, alegria e liberdade que se encontram subjacentes ao que verdadeiramente significa “sentir-se jovem”.
O envelhecimento consiste numa acumulação de desgaste e toxicidade a nível celular. Até que a transformação aconteça em cada célula do nosso organismo, qualquer tentativa em rejuvenescer será apenas uma camuflagem que, com a soma dos dias, acabará por se desvanecer.
Toda a gente tem medo de envelhecer. A nossa sociedade associa o envelhecimento a decadência – o corpo que encolhe e “seca”, a mente que se torna mais lenta e a beleza que se desvanece. Mas isto não poderia estar mais longe da verdade. Aqueles que conhecem o verdadeiro segredo da longevidade e juventude eterna sabem que a decadência apenas ocorre quando ignoram as causas que aceleram o envelhecimento e o que verdadeiramente os rejuvenesce.
O nosso corpo está desenhado para ser jovem até ao dia em que morre e as civilizações centenárias – atualmente presentes no Paquistão, Equador, Rússia, Japão e Sardenha – vêm demonstrá-lo ao, supostamente, mundo desenvolvido. Na nossa sociedade, as pessoas estão a morrer cada vez mais tarde, mas a envelhecer cada vez mais cedo. O que estamos a fazer é aumentar a esperança média de vida, não a qualidade de vida.
A verdade é que este nosso organismo é uma máquina extremamente inteligente que, em condições normais, funciona perfeitamente até ao dia em que perece – em geral, durante o sono. Mas para isso acontecer, o nosso corpo – e mente – necessitam das ferramentas certas. Ferramentas essas que passam por nos libertarmos de um estereótipo de estilo de vida – já tão estabelecido – e adotarmos outro que, realmente, respeite e vá de encontro à nossa condição humana.